segunda-feira, 28 de maio de 2012

A dor do abandono - Mariza Lima Gonçalves


A dor do abandono - Mariza Lima Gonçalves 
Não se marca o tempo nem a hora
E de repente a dor vem sem demora
É ardido no peito, é lágrima no olho.
E seu nome, com certeza, é dor do abandono.

Vem mansa, inundando a alma
Trazendo as lembranças da situação
É um buscar de desculpas básicas
Todas de forma geral, sem explicação

Esta dor é muito forte
Comparada à dor da própria morte
Em vida se perde o alento
E tudo à volta vira sofrimento

São sempre perguntas sem respostas
Por quê, por quê, por quê, por quê???
Por que isto aconteceu comigo?
Na certa é algum castigo

Seria o divino ou a atitude humana
Que me põe na fogueira da punição
Que não me dá aval de impunidade
E me castiga, sem pena, sem dó, sem salvação?


Já não basta a dor do abandono
E, ainda, na mente ferve o pensamento
De querer descobrir, sem demora
O que houve, no passado, naquele momento

Seria uma fala não compreendida
Uma atitude não delicada
Uma falta de atenção com o outro
Ou seria, apenas, punição exagerada?

A dor do abandono é ampla e absoluta
Chega e causa infortúnio
Por mais que se tente ir à luta
A dor sempre ganha a disputa.

Se fosse possível escolher
Outra dor estaria em meu poder
Seria a dor do outro a escolhida
E ficaria, assim, impune nesta vida.

Nem só desta dor se vive
E os dias caminham tristes
O sol ora levanta e a dor
Foi embora, ninguém se espanta.


Nenhum comentário:

Postar um comentário