segunda-feira, 2 de julho de 2012

As estrelinhas do Menino Jesus - Glenir Santarnecchi


As estrelinhas do Menino Jesus
Glenir Santarnecchi




                Na década de 70, a Assessoria de Cultura da Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, realizou durante muitos anos, até o início da década de 80, o tradicional,”Concurso de Contos Natalinos”, premiando os dez melhores contos apresentados, os quais eram publicados na imprensa e até transformados em um livreto.
                Um desses contos, cujo pseudônimo era “Tio Patinhas”, recebeu o prêmio de 3º lugar e me impressionou muito pela imagem natalina que passava e que encantava as crianças que o liam.  Para homenagear este autor, que não sabemos o seu nome, estamos publicando o seu conto.


            Conta uma antiga lenda que nos tempos milenares, longe, bem no fundo do firmamento, vivia, ao lado da Estrela dos Magos, uma outra estrela, pequenina, de cor verde-esmeranda-brilhante. Embora sua cor fosse diferente de todas as outras conhecidas, o seu tamanho era tão diminuto que nunca, nem os pastores caldeus, nem os sábios conseguiram descobri-las.
E ela vivia tranquila, ao lado da longa cauda da grande Estrela dos Magos, sem saber o papel que estava reservado a sua companheira maior.  Até que um dia...  Ou melhor, uma noite ...
Era bem no começo da noite, quando apareceu no céu um anjo branco, o mensageiro de Deus, anunciando que era chegada a hora da Estrela dos Magos ir guiar até o Presépio os três reis que viajavam pelo deserto sem rumo certo. A estrelinha verde pediu para ir junto.  Ela também queria conhecer a terra; conhecer o Menino Jesus.
            Mas o anjo disse que ela não aguentaria a viagem tão longa e se perderia no espaço.  A estrelinha como todas as crianças era teimosa e não obedeceu o conselho.
Correu, correu atrás da estrelona, guiando-se pelo rastro luminoso que ela deixava no firmamento.  Mas, corria a Estrela dos Magos!!!  Logo, logo, ela se perdeu. Cansou-se e começou a cair...  Ela nem sabe nem quantas horas ou quantos dias e noites, foi rolando no espaço, sem direção, nem rumo.
Só percebeu quando bateu com força no chão. Mas bateu com tanta força que se quebrou em dois pedaços. Sorte que foi em cima da grama e não se machucou muito.
Quando elas abriram os olhos, pois agora eram duas estrelinhas, viram bem na sua frente um presépio e o Menino Jesus sorrindo para elas.  Ele deve ter gostado de ver uma acendendo e outra apagando, uma de cada vez, bem certinho.  Então elas pularam no colo do nenê que ficou brincando com elas, uma em cada mãozinha.
Nisso chegou gente e a mãe do Menino Jesus pegou-o no colo e montou num jumento que o São José estava segurando e saíram correndo.  Estavam fugindo para o Egito, porque o Rei Herodes queria matar todas as crianças.  Mas chegou a noite, tão escura que nem São José nem o burrico enxergavam nada, e eles precisavam continuar fugindo.  Foi aí que o Menino Jesus abriu as mãozinhas e colocou cada uma das estrelinhas na ponta da orelha do burrico.  Como duas lanterninhas, elas foram clareando o caminho até que chegou o dia e eles entraram sãos e salvos no Egito.
O Menino Jesus ficou tão agradecido às estrelinhas, que pegou uma de cada vez e lhes deu um par de asinhas para que elas pudessem voar novamente.  E agora em todo o mundo, quando começa a noite a gente pode ver as estrelinhas verdes, piscando as lanterninhas nos campos e nas matas.
São as estrelinhas do Menino Jesus. As pessoas grandes dizem que são vagalumes.  É que elas não conheciam esta história.


Nenhum comentário:

Postar um comentário