As estrelinhas do Menino Jesus
Glenir Santarnecchi
Glenir Santarnecchi
Na década de 70, a
Assessoria de Cultura da Prefeitura Municipal de São Caetano do Sul, realizou
durante muitos anos, até o início da década de 80, o tradicional,”Concurso de Contos Natalinos”,
premiando os dez melhores contos apresentados, os quais eram publicados na
imprensa e até transformados em um livreto.
Um desses contos,
cujo pseudônimo era “Tio Patinhas”, recebeu o prêmio de 3º lugar e me
impressionou muito pela imagem natalina que passava e que encantava as crianças
que o liam. Para homenagear este autor,
que não sabemos o seu nome, estamos publicando o seu conto.
Conta uma antiga lenda que nos
tempos milenares, longe, bem no fundo do firmamento, vivia, ao lado da Estrela
dos Magos, uma outra estrela, pequenina, de cor verde-esmeranda-brilhante. Embora sua cor fosse diferente de todas as
outras conhecidas, o seu tamanho era tão diminuto que nunca, nem os pastores
caldeus, nem os sábios conseguiram descobri-las.
E ela vivia tranquila, ao lado da longa cauda da grande
Estrela dos Magos, sem saber o papel que estava reservado a sua companheira
maior. Até que um dia... Ou melhor, uma noite ...
Era bem no começo da noite, quando apareceu no céu um anjo
branco, o mensageiro de Deus, anunciando que era chegada a hora da Estrela dos
Magos ir guiar até o Presépio os três reis que viajavam pelo deserto sem rumo
certo. A estrelinha verde pediu para ir
junto. Ela também queria conhecer a
terra; conhecer o Menino Jesus.
Mas o anjo disse que ela não
aguentaria a viagem tão longa e se perderia no espaço. A estrelinha como todas as crianças era
teimosa e não obedeceu o conselho.
Correu, correu atrás da estrelona, guiando-se pelo rastro
luminoso que ela deixava no firmamento.
Mas, corria a Estrela dos Magos!!!
Logo, logo, ela se perdeu. Cansou-se e começou a cair...
Ela nem sabe nem quantas horas ou quantos dias e noites, foi rolando no
espaço, sem direção, nem rumo.
Só percebeu quando bateu com força no chão. Mas bateu com tanta força que se quebrou em
dois pedaços. Sorte que foi em cima da
grama e não se machucou muito.
Quando elas abriram os olhos, pois agora eram duas
estrelinhas, viram bem na sua frente um presépio e o Menino Jesus sorrindo para
elas. Ele deve ter gostado de ver uma
acendendo e outra apagando, uma de cada vez, bem certinho. Então elas pularam no colo do nenê que ficou
brincando com elas, uma em cada mãozinha.
Nisso chegou gente e a mãe do Menino Jesus pegou-o no colo e
montou num jumento que o São José estava segurando e saíram correndo. Estavam fugindo para o Egito, porque o Rei
Herodes queria matar todas as crianças.
Mas chegou a noite, tão escura que nem São José nem o burrico enxergavam
nada, e eles precisavam continuar fugindo.
Foi aí que o Menino Jesus abriu as mãozinhas e colocou cada uma das
estrelinhas na ponta da orelha do burrico.
Como duas lanterninhas, elas foram clareando o caminho até que chegou o
dia e eles entraram sãos e salvos no Egito.
O Menino Jesus ficou tão agradecido às estrelinhas, que pegou
uma de cada vez e lhes deu um par de asinhas para que elas pudessem voar
novamente. E agora em todo o mundo,
quando começa a noite a gente pode ver as estrelinhas verdes, piscando as
lanterninhas nos campos e nas matas.
São as estrelinhas do Menino Jesus. As pessoas grandes dizem
que são vagalumes. É que elas não
conheciam esta história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário